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Transformando Potencial em Desempenho

fevereiro 17, 2013

Liderança e Comunicação Baseadas em Neurociência

O programa apresenta técnicas e modelos (estrutura e fluxo) de comunicação desenvolvidos a partir de conceitos de neurociência sobre o funcionamento do cérebro humano em processos como: aprendizagem, tomada de decisão e escolha, resolução de problemas, definição de ações para a implementação das soluções encontradas, auto-motivação para empreender tais ações e extrair aprendizado de suas experiências durante esse empreendimento, auto-responsabilização, etc.

Esta forma de comunicar aplica-se tanto na esfera da gestão intrapessoal (gestão de si mesmo) como na da gestão interpessoal (gestão dos outros).

O programa apresenta estes conceitos de maneira fácil de assimilar-se, graças a uma estratégia didática ela mesma baseada na forma de aprender do cérebro, e um conjunto de modelos de fácil retenção. O objetivo é que o líder (de outros ou de si mesmo) desenvolva a consciência para saber identificar as oportunidades nas quais esta forma de comunicar é mais apropriada, e esta passe a integrar sua “caixa de ferramentas”, após um período de consolidação e prática, tornando-se assim uma opção natural, viabilizando dois grandes benefícios:

  • líderes mais serenos, com capacidade de escuta ampliada, baixo nível de stress, alto senso de realização, mais eficazes na delegação e relação com suas equipes e mais livres para dedicar-se a pensar de forma estratégica e preencher suas reais atribuições.
  • equipes mais eficazes, mais autônomas, focalizadas em soluções e empoderadas para a sua implementação em direção aos seus objetivos mediatos, atuando num ambiente mais tranquilo.

Recentes experiências de implantação de uma cultura de comunicação orientada por princípios de neurociência, mostraram resultados realmente impactantes em termos de melhoria do clima, aumento do desempenho, diminuição do turn-over e outros, através de uma verdadeira transformação da cultura de liderança.

Acreditamos também que esta forma poderosa de comunicar contribua para aumentar a satisfação dos funcionários, melhorar o clima organizacional, aumentar os níveis de segurança da operação nos ambientes onde existem riscos, diminuir a incidência de erros, promover uma cultura característica de uma learning organization, ajudar na retenção de talento e otimizar o desempenho das pessoas.

A seguir, informações que visam permitir uma visualização genérica do programa em si.

Formato

O programa se desdobra ao longo de três dias (24h), podendo ser dividido em dois módulos de 1,5 dias cada, durante os quais os participantes serão introduzidos a alguns conceitos de neurociência, neurofisiologia e neuropsicologia relevantes:

  • Relação entre cérebros emocional e racional – As implicações do stress sobre a inteligência, a relação e a comunicação.
  • Relação entre potencial e desempenho.
  • Comunicar com eficácia.
  • Escutar ativamente.
  • Resolver problemas.
  • A importância da ideia própria para o comprometimento e a motivação.
  • A importância de uma visão clara do que se deseja conseguir.
  • O cérebro não processa a palavra “não” – Implicações para a formulação de ações eficazes.
  • Questionamento poderoso – A arte de fazer perguntas que provocam novas formas de pensar.
  • Características das ações bem formuladas.
  • Empoderamento e responsabilização do outro.
  • Acompanhamento de planos de ação.
  • Aprendendo com o desdobramento das ações.

 

Ao longo do programa, demonstraremos o uso dos modelos e técnicas apresentados e treinaremos os participantes na sua aplicação através de vários exercícios práticos supervisionados pelo instrutor.

 

Palavras que contaminam

maio 30, 2011

Na Bíblia está escrito: “Não é o que entra pela boca do homem que o contamina, e sim o que dela sai.” (Mateus 15:11).

Superficialmente esta frase é incongruente com a realidade, pois a noção comum é de que a boca é uma importante via para a contaminação do corpo por meio de sujeira, poluentes, comida estragada, toxinas, bactérias, vírus, venenos, etc. Podemos até entender que o que sai da boca de um ser humano possa contaminar outro, mas como poderia o que sai da boca de um homem contaminar ele mesmo?

Analisando mais profundamente a frase revela possuir diversos níveis de significado.

Um destes, já num contexto formador de uma maneira mais gentil e generosa de lidar com as pessoas, bastante compatível com o papel de educador de Jesus, seria de que algumas palavras (palavrões, xingamentos, e palavras chulas em geral) quando proferidas, geram resultados não positivos, como mágoa, ira, ofensa, humilhação, dor, etc. nas pessoas que as ouvem. Isso geraria culpa em quem falou as palavras, e a culpa seria a contaminação.

Porém, em minha opinião, há um significado ainda mais profundo a ser minado por quem não se contenta com a interpretação obvia e tem a curiosidade e a paciência de ir mais fundo.

Como Coach e estudioso dos comportamentos humanos e suas causas, eu percebo um significado mais dramático nesta frase. Acredito ser evidente, ao estudar-se a vida de Jesus (real ou mítico não cabe aqui discutir) e as palavras que lhe são atribuídas, que ele se preocupava menos com dizer o que era bom ou certo, e mais com promover o desenvolvimento da capacidade do ser humano de decidir por si só o que é bom ou certo, sua autonomia, sua capacidade de assumir para si a responsabilidade pelas escolhas que o levam à construção e condução de sua vida.

Pensemos em responsabilidade ou “respons habilidade” como sugere Stephen Covey (Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes), ou seja, antes de qualquer outra coisa, a consciência da capacidade de pensar em si mesmo que é inerente ao homo sapiens sapiens (o nome científico da espécie à qual pertencemos e que significa homem que sabe que sabe). Pensar em si mesmo pensando e pensar em si mesmo sentindo. Consciência do que pensamos e do que sentimos, e do que pensamos sobre o que sentimos. Cogito ergo sum (penso, logo existo) disse Descartes ao oferecer uma formula de verificação de nossa própria existência.

Poder pensar no que pensamos/sentimos é uma característica exclusiva da mente racional que é exclusiva ao ser humano. Pensar no que pensamos é – ou através do treinamento pode tornar-se – o poder de escolher no que queremos pensar ou não. “Palavras” no contexto da frase de Jesus, seriam, em sentido mais lato, pensamentos. A fala é uma função da mente racional e não é possível falar sem engajá-la, portanto sem pensar. Por trás de uma palavra sempre há o pensamento que a origina. A velha desculpa “oops…falei sem pensar” é falsa.

É à qualidade desses pensamentos que Jesus se referia, eu acredito. Pensamentos agressivos, derrotistas, negativos, arrogantes, pretensiosos, preguiçosos, desonestos, etc., todos teriam o poder de nos contaminar. Mas de que forma esses pensamentos nos contaminariam? Pelas emoções e sentimentos associados ao pensamento. A contaminação seria portanto na forma de um conjunto de emoções negativas que antecedem e sucedem às palavras. Sim, com certeza, mas não só.

Sabemos que emoções têm o poder de afetar nosso organismo, através de o que chamamos de somatização, supostamente a transferência de um estado mental para corpo. Porém, de fato não há uma transferência para o corpo. Por duas razões. Primeiro porque o cérebro é parte do corpo, portanto o que nele se passa se passa também no corpo. Segundo porque é precisamente no corpo (extra cérebro) que as emoções se manifestam em primeira instância (A. Damásio). Quando sentimos uma emoção a sentimos no corpo. Se a emoção é boa o corpo se sente bem. Se a emoção é ruim, o corpo se sente mal.

A presença frequente de emoções negativas no corpo acaba afetando suas próprias células e seu funcionamento, alterando o metabolismo e causando alterações patológicas. Ou seja, doenças. Pior, essas mesmas emoções negativas têm um profundo efeito sobre as células do sistema imunológico, diminuindo sua capacidade de nos proteger de ataques por parte de vírus, bactérias e outros, o que resulta em mais doenças. Está mais do que comporvado que o stress e o hormõnio a essa associado, o cortisol, enfraquecem o sistema imunológico.

O que Jesus dizia, portanto, é que os pensamentos e emoções negativos têm o poder de nos adoecer e, até, matar. Até mais poder que o do que pode nos atacar de fora. Inclusive porque um sistema imunológico em bom estado de funcionamento nos protege da grande maioria dos ataques vindos de fora. O que este não pode fazer, porém, é nos proteger dos ataques que vêm de dentro de nós mesmos.

Escolher no que pensamos é uma faculdade que possuímos, ainda que pouco desenvolvida. Não usá-la é negar nossa qualidade de “respons-áveis” e abdicar da qualidade de ser(mos) humano(s). Daí a contaminação.

Mais sobre esse tema em breve.-